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Barracão é ganhadora da 10ª edição do Escola no Campo
05-11-2013Campos Novos – A quinta-feira, 31, foi dia de festa em Campos Novos. Isso porque algo em torno de 300 alunos, das redes municipais de ensino das cidades de Celso Ramos, Fraiburgo, Lebon Régis, Vargem e Barracão no Rio do Sul estiveram participando do encerramento da 10ª edição do Projeto Escola no Campo, uma parceria entre a Cooperativa Agropecuária Camponovense – Coocam e a Syngenta. O evento aconteceu no Clube Camponovense em Campos Novos.
Neste ano, a cidade de Barracão, no Rio Grande do Sul foi a ganhadora do Projeto. A cidade participou apenas com uma escola, a escola rural Paulo Freire que além de ter boa pontuação na apresentação cultural feita na tarde de quinta-feira, ainda apresentou boas iniciativas durante o projeto, promovendo até mesmo uma Mostra Fotográfica com município com a participação de mais de 700 pessoas na Praça Central.
Por serem 10 anos de projeto, todos os municípios participantes nesta edição foram premiados, com valores em dinheiro, no sentido de incentivá-los para a realização das ações e a participação. Celso Ramos ficou em 2º lugar, Lebon Régis em 3º, Fraiburgo em 4º lugar e a Vargem em 5º lugar. As apresentações foram somadas com as avaliações dos ambientes e ações propostas pela escola e ainda com a média de nota obtida por cada escola no Vôo do Conhecimento.
Na parte da manhã, os alunos foram certificados como agentes ambientais, já que este é o objetivo do projeto, formá-los atuantes em prol do meio ambiente, e consciente e multiplicadores dessa realidade. De acordo com a coordenadora do projeto na Syngenta, Édina Marcon, é preciso que o trabalho não pare por aí, já que as boas ações resultam da mudança de comportamento dos alunos, seus pais e da comunidade onde vivem. “Depois de formados agentes ambientais é necessário que sejamos o exemplo, um bom exemplo, no sentido de disseminar esse conhecimento, e com isso mudarmos o mundo”, explicou.
Já o presidente da Coocam, João Carlos Di Domênico que deu boas vindas aos presentes, ressaltou e agradeceu a parceria dos municípios, ao longo desses 10 anos de história, enfocando que o projeto é feito com o objetivo da mudança de mentalidade e da busca de um mundo melhor p se viver. “Nós da Coocam somos gratos pelos municípios de abrangência da Coocam confiarem no nosso trabalho, a ponto de entregar suas crianças, para que durante todo o ano, nos realizemos um trabalho de conscientização e motivação das mesmas em prol de conservação ambiental. Nestes 10 anos já formamos 6,5 mil crianças, e é só pela confiança de vocês que atingimos essa marca, porque nós da Coocam queremos, fazer mais e melhor.”, explicou.
A Diretora da Escola Paulo Freire, Thaíse Colombeli Daros que deu seu depoimento pela participação de oito edições das dez já realizadas pela Coocam e Syngenta, disse que o projeto traz felicidade aos alunos que participam do mesmo. “Acredito que o projeto Escola no Campo é um bom caminho para as escolas rurais, já que traz felicidade aos alunos participantes e dimensiona as ações rurais e de valorização do produtor rural e do homem do campo de uma outra forma, mostrando que é possível fazer mais, melhor e continuar lá mesmo, das origens de onde se veio”, ressaltou.
Aqueles que tiveram o projeto pela primeira vez, como a cidade de Fraiburgo, no entanto, tiveram a mesma opinião. Segundo a Diretora da Escola Rural Macieira, Valéria Matias, o projeto surpreendeu, já que somou as ações da escola, que por trabalhar em período integral já coloca o aluno em constante contato com o tema preservação ambiental. “Quando fui chamada a ver o projeto, conhecê-lo, achei que era só mais um projeto que vai até as escolas como tantos outros. Mas não, o Projeto Escola no Campo soma pontos com as escolas rurais, no sentido de trazer ainda mais material e conhecimento para ser trabalhado com os alunos. Eu adorei, as professoras adoraram e os alunos também”, afirmou.
Participaram do encerramento diversas autoridades locais e regionais, entre elas o Secretário de Desenvolvimento Regional de Campos Novos, Luiz Antonio Zanchett, o Prefeito Municipal de Campos Novos, Nelson Cruz, a Prefeita de Celso Ramos, Inês Terezinha Pegoraro Schons, o Prefeito de Lebon Régis, Ludovico Labas, o Prefeito de Vargem, Nelson Gasperin Júnior, o Presidente da Câmara de Vereadores de Campos Novos, Dirceu Kaiper, os secretários municipais de educação dos cinco municípios participantes e ainda diretores da Cooperativa..
Alunos nota 10 são premiados
A edição de 2013 contou com seis alunos premiados por conquistar nota 10 no Vôo do Conhecimento, uma prova que se aplica a todos os alunos participantes do projeto no intuito de medir o conhecimento obtido por eles dos conteúdos que estão na cartilha do projeto, preparada pela Fundação Abrinq e que norteia as ações do Projeto Escola no Campo durante todo o ano. Outros 26 alunos obtiveram nota acima de 9,0 e também foram premiados.
Segundo a aluna da cidade de Barracão, Eliandra Ferrari de Sousa, de 11 anos, que encontra no Projeto um incentivo para o que ela mais quer, que é continuar a viver com a família no campo, já que os pais são agricultores e criadores de gado, a prova não estava assim tão difícil para quem, de fato ,tivesse estudado. “Procuro ser sempre nota 10 e eu estava confiante no que havia aprendido. O Projeto Escola ensina muito para a gente, ensina a valorizar o meio ambiente, o local onde vivemos e ainda despertou em mim a vontade de cuidar ainda mais do meio ambiente, acho que vou ser Engenheira Florestal quando crescer.”, disse.
A aluna Giselle da Silva Passos, de 10 anos, da cidade de Vargem também foi nota 10. Ela afirmou que a prova apresentava os conteúdos da apostila e que por isso, estava fácil. “,eu pai é agricultor e nós moramos no sítio, por isso o Projeto foi tão importante para nós. Eu dialogava com eles sobre o que aprendia e percebia que meu pai ficava muito feliz. Não estudei apenas para o teste do Projeto, mas me dedicava a estudar o Escola no Campo sempre que a professora dava ele em sala de aula, mas para a vida”, disse Giselle.
Conheça os outros quatro alunos que foram 10, são eles: Pedro Henrique Salvador, do município de Fraiburgo, Edivandro Grassi, de Celso Ramos e ainda Rener José Pahl e Daniele Furtado, de Lebon Régis.
Foram premiados ainda os 10 desenhos mais bonitos, dos cinco municípios participantes, que vão para o calendário da Coocam. Uma frase por escola também foi premiada.
Boas iniciativas rendem boas notas
No quesito avaliação do ambiente escolar e realização das atividades com a comunidade ou pais dos alunos todos os municípios participantes obtiveram nota 10. Muitas boas iniciativas partiram dessa edição do projeto, reforçando ainda mais o objetivo do mesmo, que é de modificação de consciência local.
O aluno de Celso Ramos, Edivandro Grassi, 11 anos, contou que em sua casa os banhos estão durando menos tempo. Segundo ele a modificação de comportamento dele e dos pais aconteceu porque os alunos do Escola Municipal Rafaella Suppi desenvolveram lembretes que foram levados para as casas e colados nos banheiros, cozinhas e demais cômodos, no sentido de promover a economia dos recursos naturais. “Colei um lembrete no banheiro para economizarmos água, e nossos banhos, que eram de 10 minutos, passaram a ser de 5 a 2,5 minutos.”, explicou o menino que disse ainda que está feliz de colaborar com o meio ambiente e a família mais ainda de pagar menos taxa de água e luz.
“São atitudes assim que buscamos com o Projeto, fáceis de serem feitas e eficazes”, explicou o Presidente da Coocam, João Carlos Di Domênico que se diz muito feliz com a concretização de um trabalho de pouco tempo, já que 10 anos já se adquiriu uma consciência e mudança de mentalidade dos envolvidos satisfatória.
Os alunos da Arnoldo Frey, de Fraiburgo foram mais longe, e através da Feira da Agricultura e Tecnologia projetaram “inventos” que podem ajudar o homem no campo no futuro. Luiz Henrique Zonta, de 10 anos, foi o responsável pela criação da “arma sementeira”, uma arma de brinquedo responsável por colocar a semente na cova com um tiro. Ele garante que qualquer cultura pode ser plantada com ela e de forma lúdica, envolveu os colegas no plantio da horta escolar. “Quando inventei a arma achei que ninguém ia dar bola, mas ela foi um sucesso. Abria a cova disparava a arma e pronto, a cultura estava plantada”, explicou entusiasmado.
Mas o que gostou mesmo foi a conscientização ambiental que o projeto traz com ações praticas, como a horta escolar. “Gostei muito de plantar na horta e também de cuidar dela. Até estou ajudando meu pai em casa com a nossa também. Temos que ter noção que o futuro já é agora, e que se não cuidarmos da água e do meio ambiente ele vai acabar.”, ressaltou Luiz.
A Diretora Do Grupo escolar Padre Leopoldo Bosing, de Vargem, Josiane Dogenski, disse que o Projeto Escola se apresenta como uma boa estratégia para a mudança de consciência do adulto, já que as crianças em casa multiplicam os conhecimentos adquiridos na escola. “Além disso o projeto integra os alunos que são de comunidades rurais aos que são da cidade, fazendo que todos tenham um panorama de como as coisas acontecem lá no campo e do valor que tem o produtor rural”, afirmou.
E essa afirmação foi confirmada pela mãe do aluno Fernando Gotz, da Vargem, Dona Valquiria Gotz. Ela conta que Fernando chegava das aulas do Escola no Campo empolgado, e já no almoço queria passar tudo que tinha aprendido a seus pais. “Penso que o projeto é formador de opinião, através dele passamos a separar o lixo em nossa casa, o tempo dos banhos do Fernando ficou menor e ainda, durante o estudo da apostila ele descobriu que quer trabalhar nessa área. Se vê como um médico veterinário ou engenheiro agrônomo”, disse.
O projeto também faz o processo inverso, ou seja, faz aqueles alunos que já estão no campo conhecer aquilo que ouviam os pais falarem em casa. O aluno Edson Laner, de 11 anos, de Lebon Régis, disse que através do Escola no Campo passou a conhecer diversas coisas da atividades de seu pai. “Meu pai falava de plantio direto, mas eu não sabia o que era, e hoje sei. Ele tem uma horta ecológica, mas eu não me inteirava muito e hoje me inteiro Estava tudo lá em casa, pertinho, mas eu não sabia como fazer, hoje sei, e valorizo muito mais”, explicou Edson.