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Cevada pode ser uma boa alternativa na próxima safra de inverno

Cevada pode ser uma boa alternativa na próxima safra de inverno

13-08-2019

A possibilidade surgiu na última semana, após mais uma reunião entre o governo de SC e entidades envolvidas no projeto que visa alternativas para produção de grãos de inverno na produção de ração.

Representantes da Embrapa, Epagri, Ocesc, Fecoagro, Sindicarnes, agroindústrias e cooperativas catarinenses e desta vez também, o representante da Ambev – Mauri Antoninho Botini, estiveram reunidos com os membros da Secretaria de Agricultura do Estado para dar continuidade aos projetos em andamento sobre incentivos e alternativas para produção de grãos de inverno na produção de ração. A reunião aconteceu no gabinete do secretário de Estado de agricultura Ricardo Gouvêa, na manhã de quarta-feira (7). Esse foi o terceiro encontro entre as entidades representativas e o governo catarinense, neste ano de 2019.

O destaque desta reunião – conduzida por Ricardo Miotto, secretário adjunto da Secretaria de Agricultura do Estado – foi o interesse da Ambev em estimular a produção de cevada para produção de malte em Santa Catarina. Conforme Mauri Antoninho Botini, do Fomento Agronômico Cevada da empresa cervejeira, o grão desclassificado para produção do malte, pode ser utilizado na produção de ração com ótima qualidade. Segundo o agrônomo, historicamente em torno de 30% da produção de cevada não passa para cerveja e pode ser utilizada para ração. “Com esse produto o agricultor poderá melhorar o rendimento em sua propriedade”, disse Mauri. A Embrapa que se encarregou de pesquisar semente de trigo e triticale para ração também vai ampliar suas pesquisas para a cevada.

Participativo e incentivador dos resultados, João Carlos Di Domenico, vice-presidente da Fecoagro e presidente da Coocam de Campos Novos, confirmou o interesse dos produtores da região de Campos Novos no plantio de cevada. “Cerca de 400 mil hectares de terra com alta produtividade estão ociosos em Santa Catarina. O produtor tem necessidade de plantar, mas para isso, precisa de variedades com alta produtividade e resistentes à doenças e a cevada já tem uma boa produtividade, cerca de 20% maior que a produção do trigo e isso pode mudar todo o perfil da safra”, comentou João Carlos na reunião.

A grande dificuldade dos produtores de cevada para malte está relacionada ao aumento de proteínas quando a precipitação pluvial é maior que a necessidade das lavouras em fase de maturação, informou o produtor. “Ter a opção de produzir cevada para malte e, caso chova demais na colheita e o cereal não atenda a necessidade das maltarias, termos uma segunda opção, utilizar essa cevada para ração animal. Isso pode ser um grande atrativo para os produtores”, destacou João Carlos.

Muitos questionamentos estão sendo debatidos nos encontros. Os estudos de uma variedade ideal de trigo para ração animal ainda está em fase de projetos. De um lado as agroindústrias se mostram interessadas na compra dos cereais, porém, buscam preços. Do outro lado os produtores mostram interesse em produzir as safras de inverno, mas precisam de incentivos e maior produtividade das lavouras. “Até criar uma variedade, precisamos nos adaptar com as que temos. O período para o desenvolvimento é lento, mas é preciso dar continuidade e hoje podemos criar esse canal diferente através da parceria com a Ambev ”, comentou João Carlos Di Domenico.

Convênio

Durante a reunião foi anunciado a celebração de um convênio entre a Secretaria da Agricultura, a Fecoagro e a Embrapa para pesquisas de nutrição dos cereais de inverno para produção de ração. A assinatura do convênio – oficializando a parceria, deve ocorrer nos próximos dias, logo após o parecer jurídico da Embrapa e do governo do estado. O diretor executivo da Fecoagro, Ivan Ramos, lembrou que a Embrapa vai apresentar uma proposta de pesquisa para produção de sementes de trigo, triticale e cevada para serem analisadas pelos segmentos interessados, ou seja, cooperativas, agroindústrias e governo do Estado. Juntas as entidades e o governo formularão o programa de incentivo para a safra 2010/2021. “Ficou definido que assim que a Embrapa finalizar a proposta do programa de produção de sementes, haverá outra reunião entre as entidades interessadas no assunto”, enfatizou Ivan.