Aguarde, carregando...

notícias

Colheita em Campos Novos

Colheita em Campos Novos

19-04-2018

Lavouras de milho mantém média e soja registra queda de produtividade na área de abrangência da Coocam. Feijão registra uma das piores safras.

 

 

A colheita da safra de verão na área de abrangência da Cooperativa Agropecuária Camponovense (Coocam) está em 80% nas lavouras de milho, 60% na soja e 90% em áreas de feijão.

O destaque nesta safra é para o milho. Com manutenção da área plantada em 1.500 hectares, a Coocam tem registrado uma produtividade acima do esperado, afirma o Engenheiro Agrônomo da Cooperativa, Silvio Zanon. “As lavouras estão um pouco acima de produtividade que esperávamos. Tivemos dois climas bem distintos na cultura do milho. Em dezembro foram quase 30 dias de sol antes do florescimento e após, entre dezembro e janeiro, houve tempo nublado com chuva, que poderia impactar mais em produtividade de milho. Porém, a altitude e o solo favorecem a cultura e as variações climáticas não chegaram a prejudicar tanto. A produtividade ficou dentro da média do ano passado, com 180 sacos por hectare”.

Média de produtividade mantida em relação à safra passada e preço bom no mercado do milho em momento de colheita são fatores positivos apontados pelo Engenheiro Agrônomo. “O preço foi o que mais chamou atenção. Hoje a saca está sendo vendida entre R$ 35 e R$ 36 e talvez seja a cultura que tenha maior rentabilidade por hectare, vem se destacando”. Com o preço em alta, o se espera é que o produtor invista mais na cultura do milho na próxima safra, aumentando a área plantada, tendo em vista a grande migração para áreas de soja nos últimos anos.

O produtor Juliano Zortéa confirmou que vai aumentar a área plantada de milho na próxima safra, ampliando de 300 para 500 hectares, seguindo a recomendação da área técnica de cultivar 40% das lavouras com milho, investindo na rotação de culturas. “Como as culturas de soja e milho mantém o produtor no campo, o agricultor terá que investir também em milho. O milho tem que entrar nas propriedades”, observou Silvio.

Soja registra mofo branco e tem perdas em produtividade

Nas áreas de soja, com cerca de 10 mil hectares plantados na matriz em Campos Novos e em torno de 20 mil hectares nas demais áreas de abrangência da Coocam, a produtividade registrou queda. Os mesmos fatores climáticos que favoreceram o milho entre dezembro e janeiro provocaram perdas expressivas na soja com a entrada do mofo branco. “A soja está abaixo da expectativa. O investimento que o produtor fez este ano em sementes certificadas, fertilidade do solo e fungicidas com tratamentos aéreos era para produzir acima de 70 sacos por hectare. O clima nublado e com chuva entre dezembro e janeiro, porém, atingiu a época de floração da soja, favorecendo a entrada do mofo branco, causado pelo fungo Sclerotinia sclerotiorum. Depois que essa doença entra produtos químicos tem pouca ação. Hoje a Coocam vai fechar em torno de 60 sacos por hectare”, informou Silvio Zanon, observando que na região de Campos Novos a maioria dos produtores cultiva em áreas arrendadas e com alto custo de produção e uma produtividade de 60 sacos por hectare, o produtor vai empatar, não tendo rentabilidade. Embora a margem de lucratividade não seja a esperada, no geral a Coocam deve registrar uma boa safra, salientou ainda Silvio Zanon.

Feijão registra uma das piores safras

“Feijão é a legítima cultura da sorte. Com 90% da área colhida, talvez dos últimos anos tenha sido um dos piores. Com um ciclo curto e períodos climáticos não favoráveis, a média da Coocam vai ficar em 25 sacos por hectare. Além do preço, teve muita oferta no Brasil de feijão e o preço está girando em torno de R$ 100 o saco. Então colhendo 25 sacos e vendendo a R$ 100, o produtor não consegue cobrir os custos, fica abaixo. Feijão vai ser uma cultura que o pessoal vai pensar em plantar no ano que vem de novo”, concluiu Silvio.

 

Reportagem Jornal O Celeiro

Foto: Antonia Claudete Martins/O Celeiro