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Coocam participa de reunião estadual da Ocesc
04-07-2017O principal objetivo do encontro, realizado em Campos Novos, foi debater as alterações do Plano Safra 2017/2018, que apresenta restrições para as cooperativas.
Na semana passada (terça-feira), representantes de 17 cooperativas do estado de Santa Catarina se reuniram em Campos Novos para debater o Plano Agrícola 2017/2018. A reunião foi idealizada pela Organização das Cooperativas do Estado de Santa Catarina (Ocesc), com a presença do gerente de cooperativismo, Paulo Von Dokonal.
O Plano Agrícola e Pecuário 2017/2018 já iniciou ontem (03) e, com uma série de restrições, está dificultando o trabalho das cooperativas, especialmente no que se refere aos créditos de custeio. Nas safras anteriores as cooperativas compravam os insumos e depois informavam quanto cada cooperado usou. Com as novas regras acontece o contrário.
O diretor financeiro da Cooperativa Agropecuária Camponovense (Coocam), Leonyr Jacomel, participou do debate, juntamente com a engenheira agrônoma, Kalinka Françoise da Silva. Na visão de Leonyr “a impressão é que o governo está empurrando os produtores para recursos livres”, porém, os investimentos são altos e eles não têm margem para pagar esses juros diretamente nos bancos. Sobre as alterações no Promamp, a taxa de juro é de 7,5%, enquanto nos bancos o valor varia de 12 a 14%. O diretor financeiro da Coocam ressalta ainda, que as cooperativas foram surpreendidas e, grande parte dos produtores ainda não tem conhecimento dessas ressalvas.
O novo Plano Agrícola exige que ao encaminharem um projeto aos agentes financeiros, as cooperativas devem informar nome e CPF de cada produtor, além de quanto ele vai usar de insumos. “Isso é absurdo. Hoje não estamos nem nas vésperas da nova safra, como que as cooperativas vão acertar quanto cada produtor vai utilizar de recursos ou de insumos? É humanamente impossível se prever, pois, a agricultura é uma coisa muito dinâmica”, enfatiza o gerente de cooperativismo da Ocesc. Paulo destacou também que em alguns aspectos, o crédito rural vai custar aos produtores 200% a mais que a inflação.
Embora seja difícil reverter a decisão, na oportunidade os participantes tiveram algumas conclusões, como por exemplo, lutar para que as linhas de crédito de financiamento voltem a ser como era no ano passado. O debate foi o principal objetivo da Ocesc junto às cooperativas e um documento com as conclusões do setor cooperativista de Santa Catarina será encaminhado para Brasília, por meio da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB). “É difícil reverter porque já foi publicado, mas não podemos ficar calados”, finalizou Paulo Von Dokonal.