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Erosão, um problema que não faz parte do passado

Erosão, um problema que não faz parte do passado

13-04-2015

Campos Novos –   As ocorrência climáticas intensas que ocasionam índices de chuva elevado mesclado a períodos prolongados de estiagem não tem preocupado os produtores apenas na perda de produtividade que podem ocasionar, mas também tem os colocado em alerta com relação a erosão causada no solo.

Aliado a isso, o abandono do plantio em nível e do terraceamento das áreas, ocasionado pela adoção do plantio direto “morro abaixo” que acontece em muitas propriedades, tem trazido a tona os efeitos catastróficos que podem ocasionar a erosão hídrica e assim, da perda de nutrientes do solo.

Esse é um tema que há muito vem sendo discutido na Cooperativa Agropecuária Camponovense  - Coocam, através de palestras  e painéis no sentido de alertar os produtores para o emprego do manejo correto, na tentativa de tentar minimizar os efeitos causados pelos  altos e baixos que a oscilação climática é capaz de trazer às áreas produtivas.

Segundo o técnico agrícola da Cooperativa Agropecuária Camponovense -  Coocam, Silvio Zanon, o primeiro e grande cuidado é deixar o solo sempre coberto.  Aveia, pastagens, forrageiras e culturas de inverno são ideais para proporcionar a necessária rotação do solo e mantê-lo o mais próximo possível do ideal. “A janela que existe entre a colheita de verão e o próximo plantio chega há cinco meses em nossa região. É muito tempo de exposição do solo, que se descobertos,  acaba por sofrer os impactos negativos das chuvas torrenciais e dos longos períodos de estiagem.”, explicou.

Silvio lembrou ainda, que hoje o processo de correção e equilíbrio do solo tem custo agregado alto ao produtor, e não é feito com medidas adotadas em poucos meses ou anos. “Emprega-se anos de trabalho para se chegar próximo de um solo ideal, por isso, o manejo adequado deve ser mantido, senão em questão de minutos, que é o tempo que duram os efeitos climáticos intensos, todo o trabalho e investimento pode ser perdido.”.

Para isso, além da cobertura do solo, que diminui consideravelmente o impacto da gota de chuva, é necessário que o mesmo passe por processos de descompactação, utilize barragens de contenção da água e se possível, seja drenado com equipamentos específicos que retirem o excesso de água da propriedade.

E isso já está começando a ser feito pelos associados da cooperativa. Neste ano,  o Departamento Técnico da Coocam vai avaliar pela primeira vez os resultados da implantação de drenagens em uma propriedade. Quem está implanto o sistema é o produtor Eduardo Zortéa, que junto com seu filho Juliano Zortéa está modernizando a forma de escoamento de água nas suas nove áreas de produção. O processo de implantação já acontece na segunda propriedade da família.

 

O Sistema

O sistema aparentemente é simples, implantado com mangueiras de 100 e 150 mm, conexões e emendas e colocado a 35 cm de profundidade do solo, ele deve retirar o excesso de água ocasionado por precipitações intensas. “Através dele, e sem perder nenhum espaço para plantio, as mangueiras conduzem a água que se acumula na camada superficial do solo, fazendo com que a palhada e substancia de superfície se mantenha  na produção e não perdendo os nutrientes e fertilizantes aplicados no espaço.”, explicou Eduardo.

O produtor salientou ainda que o sistema é economicamente viável ao produtor, já que os materiais não tem custo elevado e estão sendo implantados em suas propriedades com a mão de obra de três colaboradores e uma escavadeira. Tudo supervisionado por ele mesmo.  “Esse é um investimento que se retira em pouco tempo de trabalho. Sem contar no beneficio causado ao solo, a cultura plantada nele e também ao meio ambiente, que acaba por não sofrer com a contaminação por produtos químicos que a enxurrada ocasiona.”, disse.

 “Em caráter experimental, vamos avaliar este sistema, para que quem sabe, ele possa a ser adotado pelo grande grupo.”, ressaltou o técnico agrícola da Coocam,  Silvio Zanon, que a cada safra  acompanha os trabalhos de produção nas propriedades de Eduardo.

Outra preocupação  do departamento técnico da Coocam é que a pecuária seja utilizada nas áreas de plantio de forma consciente, já que 50% dos produtores agrícolas da cooperativa á utilizam como fonte de renda de inverno. “Essa é uma boa saída, porque obrigatoriamente este solo será coberto com pastagens. No entanto, é recomendado que seja empregada a unidade animal de acordo com o espaço utilizado.”, disse o técnico que lembrou ainda que o segredo está na adoção de práticas assertivas ideais para cada sistema produtivo. E este é um trabalho de análise e acompanhamento do departamento técnico da Cooperativa. 

 

Visão da Cooperativa

Segundo o presidente da Coocam, João Carlos Di Domênico, o departamento técnico da Cooperativa está em constante busca e experimento de técnicas e manejos que aliem lucratividade ao produtor a utilização adequada da extração do potencial produtivo das culturas.  “Por isso este não é um trabalho que acaba com a colheita. Nossa missão está em acompanhar nosso associado em todo processo de tratamento de solo, implantação de novos sistemas, escolha das melhores cultivares e ainda planejamento do sistema produtivo indicado para cada caso.”, explicou.

Quanto à problemática da erosão, João Carlos ressaltou que novas práticas devem ser avaliadas, já que essa é uma problemática que tem atingido a todos e que deve ser contida no sentido de valorização das áreas produtivas e da garantia da qualidade do solo e assim da produtividade do que se planta nele. “Neste ano estamos acompanhando a implantação deste sistema de drenagens e veremos os efeitos que ele trará a produção. Esse com certeza é um bom exemplo a ser mostrado a todos os produtores.”, finalizou.