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Produtores da Coocam devem plantar 20% a menos de trigo do que no ano passado

Produtores da Coocam devem plantar 20% a menos de trigo do que no ano passado

11-07-2012

Campos Novos – Recém foram fechados os números da colheita do milho, e os produtores rurais da Coocam já iniciaram a preparação para o plantio de trigo. Alguns até já estão plantando desde a última semana de junho, e esperam até a primeira quinzena de julho estar com o plantio finalizado.
 Em Campos Novos estima-se plantar, segundo dados o IBGE, 30% a menos do que foi plantado em 2011. Ou seja, a cidade deve produzir 7.500 hectares de trigo na safra 2012. Em 2009 plantava-se 17.500 hectares e de lá para cá houve uma queda de 60% da área plantada.
Já a Coocam conta neste ano, com a plantação de 1.700 hectares de trigo, sendo que houve uma queda de 20% no plantio com relação a 2011. No ano passado os produtores da Coocam juntos foram responsáveis pela produção de 2.100 hectares.
Essa baixa na área, de acordo com o engenheiro agrônomo da Coocam, Cristiano do Nascimento, acontece de acordo com uma tendência nacional, haja vista que o custo da lavoura ficou mais alto, com o aumento dos insumos e sementes, e nesta semana começou a vigorar a nova classificação do produto, já válido para esta safra, que tornou o trigo ainda mais rígido em padrões de qualidade. “Antes, o trigo para ser considerado pão tinha que ter um W de 180. Agora essa referência foi para 220, o que faz com que os produtores tenham que optar por variedades com qualidade industrial superior, e que mesmo assim, oferece mais risco.”, explicou Cristiano.
Assim, a cultivar mais plantada pela Coocam em 2012 deve ser o Marfim, da empresa OR, que apresentou resultados positivos no ano passado. “O Marfim possui características positivas e ciclo precoce, ou seja, mais curto, o que também permite que os produtores antecipem o plantio da soja.”, disse.
A Coocam também terá modificações em seus processos de estocagem do trigo, neste ano. Isso porque em concordância com a nova legislação, fará a segregação do grão, e a partir disso, saberá que tipo de grãos possui em seus silos, se ele é doméstico, pão, melhorador e assim por diante. Com isso, segundo o engenheiro agrônomo, terá condições de comercializar o produto de acordo com sua especificidade técnica.
Para compensar a não escolha pelo trigo, alguns produtores rurais estão investindo na pecuária, com a engorda de gado de corte nesta época do ano. No entanto, o Presidente da Coocam e produtor rural, João Carlos Di Domênico, afirma que os produtores deveriam optar por fazer as duas coisas em paralelo. “Penso que os produtores devem sim investir na pecuária nesta época do ano, mas sem deixar o trigo de lado, haja vista que o preço médio do trigo é bom e pode ser lucrativo aos produtores.”, disse João, que lembrou ainda, que o problema é que no Brasil, o trigo ainda é visto como um subproduto. Isso acaba por fazer com que não haja grandes investimentos para a manutenção da qualidade, até mesmo pela questão climática, já que o clima tropical não é o mais adequado para o produto.
Segundo o Vice-presidente da Coocam, e responsável pelo departamento técnico da Cooperativa, Riscala Fadel Júnior, apesar do cenário negativo em nível nacional, a cultura evoluiu em tecnologia e produtividade, fazendo com que a atividade possa se tornar lucrativa. “Além da lucratividade do produto, o produtor tem os benefícios indiretos que são a rotação de culturas, a cobertura do solo e a diluição dos custos fixos. Assim, a cultura ainda é uma boa opção para a região de Campos Novos, onde os produtores são tecnificados e têm longa tradição com o plantio de trigo, já com os primeiros agricultores”, concluiu.




Cenário Mundial – O Brasil importa mais da metade do seu consumo de trigo anualmente. Segundo o responsável pela compra e venda de sementes da Coocam, Ricardo Bresola, neste ano o país espera produzir 5 milhões e 100 mil toneladas do produto, uma queda de 11,8% com relação ao ano passado, em que produziu 5 milhões e 700 mil toneladas das mais de 10 milhões de consumidas.
O  Mercosul também apresentou um queda na produção, sendo que em 2011 foram produzidas 22 milhões 500 toneladas de trigo e neste ano os números apontam para a produção de 20 milhões de toneladas.
Em 2011, 83% do trigo importado pelo Brasil foi oriundo da Argentina, e a estimativa é que em 2012 o país contribua com 79% das importações, aumentando de 3% para 9% a contribuição do Uruguai.




 




Camila Bebber Gomes
Assessora Comunicação Coocam
comunicacao@coocam.com.br
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